Escola Akiko Ikeda expõe trabalhos sobre o Rio das Almas

Exposição é feita em homenagem ao “Dia do Rio das Almas”. Projetos destacam a importância do rio para Capão Bonito e região

Notícia publicada em 29 de novembro de 2017

Em homenagem ao “Dia do Rio das Almas”, comemorado nesta quarta-feira, dia 29, a Escola Municipal Akiko Ikeda promove a exposição dos trabalhos desenvolvidos por alunos e professores sobre esse importante rio que banha Capão Bonito.

Entre trabalhos feitos por estudantes do 1º ao 5º ano, com orientações da coordenadora Marlene Mendes Souto e professores, estão desenhos, maquetes, dobraduras e redações, e foram desenvolvidos ao longo do ano, porém com mais intensidade nas últimas semanas.

“O rio é um recurso natural indispensável. Trabalhos como esses são importantes para que os alunos conheçam a história e a importância do Rio das Almas para Capão Bonito e região. O objetivo é conscientizar as futuras gerações sobre a responsabilidade ambiental dos cidadãos”, explicou a diretora Maria Aparecida Cravo Biamonte.

Histórico do Rio das Almas

Os cursos d’água existentes no território da Bacia do Rio das Almas já eram utilizados por indígenas há 10000 anos. Essa história é contada meio dos registros materiais que deixaram marcas nesta paisagem. Indígenas já haviam habitado essa região e deixaram vestígios de sua presença em objetos encontrados como pontas de flechas, machados, e outros instrumentos em pedra lascada. Tais vestígios estão cadastrados como sítios arqueológicos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Desde lá até 1717, muitas tribos de diferentes tradições indígenas transitaram por esse território. Tupiguaranis e Kaigangs estavam presentes na região entre o Vale do Ribeira e do Parapanema na chegada de portugueses e espanhóis e africanos em terras atualmente brasileiras.

Em 1717, entre as cabeceiras dos Rios das Almas, São José de Guapiara e Paranapanema se instalou o primeiro povoado de mineração de ouro, o Arraial Velho das Minas do Paranapanema. Em 1746, a mineração de ouro acompanhou o curso do Rio das Almas e montou o segundo povoado à margem direita do Rio das Almas no local conhecido como Freguesia Velha, onde hoje se encontra a fábrica de cimentos da Votorantim.

No Rio das Almas e afluentes, ainda hoje se encontram importantes vestígios de mineração de ouro, chamados de “encanados”, que são os arrimos de pedra construídos nos leitos dos cursos d’agua, para controlar o fluxo de agua dos rios, durante a extração do ouro de aluvião, por meio da lavagem das encostas e barrancos. Também constam sítios arqueológicos com outros vestígios de mineração como lavras a céu aberto.

Essas pedras são parte da história dessa região, e contam não apenas sobre a exploração do ouro por aqui, mas também, se sabe que houve um encontro (nada pacífico) entre indígenas, portugueses, espanhóis, jesuítas e africanos. Que escravos de braços muito fortes recortaram e moldaram os rios e essa mudança é visível até hoje.

O Rio das Almas também foi palco da Revolução Constitucionalista de 1932, e muitos acreditam que foi dali que recebeu esse nome, porém os registros históricos demonstram que esse nome é muito mais antigo. O Rio das Almas está descrito por Alfredo Moreira Pinto no “Dicionário Geográfico do Brasil” de 1894.

Fonte: Dra. Cristina Fachini, pesquisadora da APTA, Polo Sudoeste Paulista.

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