Secretaria de Educação promove palestra sobre o Rio das Almas

Objetivo é orientar o trabalho dos docentes para o Dia Municipal do Rio das Almas, comemorado dia 29 de novembro

Notícia publicada em 17 de novembro de 2017

A Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Turismo, por meio do Centro Educacional, Cultural e Esportivo Paulo Freire, realizou na última segunda feira, dia 13, uma palestra sobre os aspectos históricos e socioeconômicos do Rio das Almas, com a pesquisadora e doutora Cristina Fachini da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e participação de coordenadores pedagógicos e professores da Educação Básica da Rede Municipal.

A palestra teve como objetivo subsidiar e orientar o trabalho dos docentes, pois no dia 29 de novembro é comemorado o Dia Municipal do Rio das Almas, data que faz parte do calendário das datas comemorativas ambientais das Unidades Escolares, através da lei de nº 3.316 de 03/11/2009.

“Sabemos da importância da conscientização sobre a preservação ambiental. Os alunos são agentes multiplicadores do aprendizado, chamando a atenção de todas as esferas da população para os problemas ambientais e preservação dos recursos naturais. Essa palestra é importante para que os professores conheçam mais sobre o Rio das Almas e passem com mais propriedade as informações aos estudantes”, afirmou a diretora do Centro de Apoio Pedagógico, Ana Lúcia Lolico do Belém Mendes.

História do Rio das Almas

Os cursos d’água existentes no território da Bacia do Rio das Almas já eram utilizados por indígenas há 10000 anos. Essa história é contada meio dos registros materiais que deixaram marcas nesta paisagem. Indígenas já haviam habitado essa região e deixaram vestígios de sua presença em objetos encontrados como pontas de flechas, machados, e outros instrumentos em pedra lascada. Tais vestígios estão cadastrados como sítios arqueológicos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Desde lá até 1717, muitas tribos de diferentes tradições indígenas transitaram por esse território. Tupiguaranis e Kaigangs estavam presentes na região entre o Vale do Ribeira e do Parapanema na chegada de portugueses e espanhóis e africanos em terras atualmente brasileiras.

Em 1717, entre as cabeceiras dos Rios das Almas, São José de Guapiara e Paranapanema se instalou o primeiro povoado de mineração de ouro, o Arraial Velho das Minas do Paranapanema. Em 1746, a mineração de ouro acompanhou o curso do Rio das Almas e montou o segundo povoado à margem direita do Rio das Almas no local conhecido como Freguesia Velha, onde hoje se encontra a fábrica de cimentos da Votorantim.

No Rio das Almas e afluentes, ainda hoje se encontram importantes vestígios de mineração de ouro, chamados de “encanados”, que são os arrimos de pedra construídos nos leitos dos cursos d’agua, para controlar o fluxo de agua dos rios, durante a extração do ouro de aluvião, por meio da lavagem das encostas e barrancos. Também constam sítios arqueológicos com outros vestígios de mineração como lavras a céu aberto.

Essas pedras são parte da história dessa região, e contam não apenas sobre a exploração do ouro por aqui, mas também, se sabe que houve um encontro (nada pacífico) entre indígenas, portugueses, espanhóis, jesuítas e africanos. Que escravos de braços muito fortes recortaram e moldaram os rios e essa mudança é visível até hoje.

O Rio das Almas também foi palco da Revolução Constitucionalista de 1932, e muitos acreditam que foi dali que recebeu esse nome, porém os registros históricos demonstram que esse nome é muito mais antigo. O Rio das Almas está descrito por Alfredo Moreira Pinto no “Dicionário Geográfico do Brasil” de 1894.

Fonte: Dra. Cristina Fachini, pesquisadora da APTA, Polo Sudoeste Paulista.

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